Olá, passageiros!
Passei pra falar que mudei de endereço de blog! Estou no Wordpress, agora!
Só digitar o mesmo endereço, mas ao invés de colocar ".blogspot.com" coloquem ".wordpress.com"
Aí vai:
www.contosdo669a.wordpress.com
Acessem, comentem, contem histórias!
Beijos a todos!
sábado, 22 de agosto de 2009
sábado, 11 de abril de 2009
Situação Frequente (e constantemente irritante)
Eu tenho nojo do erotismo podre que se contenta com uma bunda qualquer dentro, de um ônibus lotado.
Acho que não preciso comentar mais nada, né?
E o pior é que essa, se eu contar, todo mundo acredita!
Até a próxima!
quinta-feira, 9 de abril de 2009
A Catequese - ou Em nome do Senhor!
Mais uma das histórias, e essa, queridos leitores, me deixou levemente irritada.
Deve ter acontecido no comecinho de março. Não lembro ao certo, mas sei que foi uma terça-feira de manhã, um dos dias em que eu madruguei pra chegar ao Mackenzie e terminar de escrever uma matéria, provavelmente.
Bom, como o horário marcado era às 8h30 na praça de alimentação do Campus, eu deveria sair de casa entre 7h e 7h30 no máximo, pra chegar no horário certo. Como nunca podemos confiar no trânsito, é preferível sair mais cedo a sair no horário, pra evitar atrasos.
Pois bem, lá fui eu. Caderno? Check. Bolsa, estojo, agenda, carteira, dindim? Check. MP3? Check. Liguei a minha musiquinha e caminhei até o ponto da Avenida Santo Amaro.
Tudo lindo, até aí. O ônibus chegou - articulado, beleza! Estava cheio, mas tudo bem. Entrei, passei a catraca e encostei atrás de uma das cadeiras, do lado da porta.
A musiquinha estava legal, alternando com umas notícias da manhã. Manchetes dos principais jornais do país, imagino. Até que eu começo a ouvir uma voz... E não, não, eu não estava louca, muito menos tinha ingerido alucinógenos: a voz vinha de trás de mim.
Epa.
-E AQUIII, MEUS AMIGOS, AQUI É A HORA QUE OS SENHORES COLOCAM A MÃO EM SEUS CORAÇÃO!
Oi? Amigo, pera lá. São SETE da madrugada e o senhor está falando o quê??
Quando eu olhei, o cidadão estava segurando uma Bíblia, aparentemente toda amassada, mas ainda assim, conservando as suas mais de mil páginas. Era uma daquelas clássicas, sabe? Preta com o nome em dourado escrito numa capinha de plástico imitando couro.
-E ENTÃO ELE PASSOU POR TODAS AS PROVAÇÕES, ATRAVESSOU O DESERTO, PASSOU FOOOOOOOMERECUSOUCOMIDAEQUASEFOICONVENCIIIIIIIDOASERENDER!!
O moço estava pregando. Passando sermão, rezando, o que vocês preferirem. O que me incomodou não foi - simplesmente - o fato da reza estar sendo feita no meio do veículo LOTADO. Mas sim que boa parte dos passageiros não estava gostando do moço que falava alto. A maioria trocava olhares e bufava, revirava os olhos, xingava baixinho, pedia silêncio. Mas ninguém tinha coragem de enfrentar o humilde pastor do povão e fazer uma reclamação!
E o moço lá:
-MOISÉS LIBERTOOOU O POOOVO! PASSOU POR TUDO O QUE ELE PASSOU! E COM AS SEEEEEETE PRAGAS DO EGITO...
Amigo... Eram DEZ as pragas...
-...AS SEEEETE PRAGAS DO EGITO ELE FEZ O SOFRIMEEENTO PARAR!! COMO EU VOU FAZER COM OS SENHORES! ESTÁ TUDO NA BRÍBLA!!!
Essa é a parte que meus ouvidos entram em pane. Bríbla. Ele falou "Bríbla". Não, eu devo ter escutado errado.
-TÁ TUUUDO NA BRÍBLA, MEUS AMIGOS! VOCÊS PRECISAM OUVIR A PALAVRA E ACREDITAR NELA!
Sim, ele falou "Bríbla", eu não estava ficando louca. E foi daí pra baixo, coisas que eu nem tenho coragem de colocar aqui.
Agora vocês imaginem que, quando eu entrei no 669A o moço já estava falando. E assim ele continuou, durante 50 minutos, até o meio da Paulista.
Eu sou mulher, sou do signo de Escorpião, estava de TPM e indo de manhã pro Mackenzie. Óbvio que não era um dia comum, então o que eu fiz definitivamente não foi algo que eu faria em dias comuns.
Eu queria estabelecer contato com o cidadão, mas não sabia como. Eu queria pedir um descanso para os meus tímpanos, mas não podia ser grossaestúpidanojenta. Eu queria perguntar se ELE tinha perguntado pra alguém se podia falar daquele jeito. Eu queria fazer um monte de coisas e eu tinha certeza de que, apesar do monte de passageiros desaprovando a atitude dele, eu levaria uma resposta grossa ou então seria mandada pra uma sessão de descarrego.
A saída foi optar pela pergunta, mas tentando abrandar a voz e fazer um timbre mais tímido. E deu certo!
-Oi... Moço?... Com todo respeito... O senhor perguntou se podia falar assim?... Se as pessoas queriam escutar?...
A voz saiu como eu esperava. E a resposta dele também.
-TOOOOOOOOOOODOS DEVEM OUVIR A PALAVRA! VOCÊ TAMBÉM, MINHA SENHORA! A PALAVRA NÃO CHEGOU ATÉ VOCÊ, MAS ELA VAAAI CHEGAR! O SENHOR HÁ DE TOCAR O SEU CORAÇÃO!!! EU VOU CONTINUAR A FALAR!
Eu até tentei uma réplica, mas não deu tempo nem de respirar.
-Mas, moço... Olha...
-TOOOOODOS OUVIRÃO A PALAVRA! ELA DEVE CHEGAR AOS OUVIDOS DE TODOS!!! É O MEU DEVER! DEUS ME ENVIOU PARA ISSO! EU FUI MANDADO PARA CONVERTER VOCÊS!!!
A essa altura eu já estava roxa de vergonha por tentar uma manifestação pacífica e quase me enfiando no meu capuz - eu estava de casaco. De repente, um moço - o único - se manifesta a favor do nosso querido pastor, mandando um comentário que também havia sido previsto por mim, minutos antes da intervenção.
-Não tá gostando, vai de táxi!!
-NÃOOO, IRMÃOOO!!! - Céus, ele começou de novo. - ELA TEM QUE OUVIR A PALAVRA! ELA VAI SER CONVERTIDA, IRMÃO, ACREDITE EM MIM! A PALAVRA DE DEUS PELA BRÍBLA CHEGARÁ AO CORAÇÃO DESSA IRMÃ...
Já estávamos na Brigadeiro Luís Antônio quando eu resolvi intervir. Qual não foi a minha surpresa quando, depois dessa última resposta, depois do comentário do único ouvinte, ele parou de falar.
Meu Deus, ele parou de falar!
Sim, mas só por uns cinco minutos. - Eu acho que ele estava retomando a salivação. - Depois recomeçou a falar.
E qual saída eu tive? Aumentar a música e tentar abstrair, claro. E foi o que eu fiz! - E foi o que eu fiz até mais da metade da Avenida Paulista, quando ele se despediu de seu fiel seguidor, sentou num banquinho bem longe de onde eu estava - pra sorte dele - e parou de falar.
Abaixei a música e consegui ouvir meus tímpanos reclamando. Duro foi descobrir se era reclamação pelo moço ou pelos decibéis a mais que eu os fiz escutar!
Olha... Se eu contar, ninguém acredita!
Até a próxima!
IMPORTANTE: Gente, sou católica, acredito em coisas de várias religiões, também, e quero deixar bem claro que a minha irritação não foi com o fato de o discurso do moço ser o discurso religioso. Fiquei irritada como ficaria com qualquer um que ficasse falando alto dentro do ônibus por quase uma hora sem interrupções! Acho legal a diversidade de Sampa, mas acredito que, antes da liberdade de expressão existe a consciência. Consciência de que existem lugares, pessoas, culturas, que nem sempre são iguais às opiniões que a gente tem sobre algo. Pensei muito antes de escrever essa história aqui, mas acredito que valha a pena porque o cara era um figurão, sabe? E essa consciência de que o moço é diferente de mim, tem uma cultura diferente da minha faz parte da minha reflexão. Entendo a "missão" dele, mas também acho que um veículo público não é o melhor lugar pra proferir um discurso desse porte.
Tenho dito! ;)
Deve ter acontecido no comecinho de março. Não lembro ao certo, mas sei que foi uma terça-feira de manhã, um dos dias em que eu madruguei pra chegar ao Mackenzie e terminar de escrever uma matéria, provavelmente.
Bom, como o horário marcado era às 8h30 na praça de alimentação do Campus, eu deveria sair de casa entre 7h e 7h30 no máximo, pra chegar no horário certo. Como nunca podemos confiar no trânsito, é preferível sair mais cedo a sair no horário, pra evitar atrasos.
Pois bem, lá fui eu. Caderno? Check. Bolsa, estojo, agenda, carteira, dindim? Check. MP3? Check. Liguei a minha musiquinha e caminhei até o ponto da Avenida Santo Amaro.
Tudo lindo, até aí. O ônibus chegou - articulado, beleza! Estava cheio, mas tudo bem. Entrei, passei a catraca e encostei atrás de uma das cadeiras, do lado da porta.
A musiquinha estava legal, alternando com umas notícias da manhã. Manchetes dos principais jornais do país, imagino. Até que eu começo a ouvir uma voz... E não, não, eu não estava louca, muito menos tinha ingerido alucinógenos: a voz vinha de trás de mim.
Epa.
-E AQUIII, MEUS AMIGOS, AQUI É A HORA QUE OS SENHORES COLOCAM A MÃO EM SEUS CORAÇÃO!
Oi? Amigo, pera lá. São SETE da madrugada e o senhor está falando o quê??
Quando eu olhei, o cidadão estava segurando uma Bíblia, aparentemente toda amassada, mas ainda assim, conservando as suas mais de mil páginas. Era uma daquelas clássicas, sabe? Preta com o nome em dourado escrito numa capinha de plástico imitando couro.
-E ENTÃO ELE PASSOU POR TODAS AS PROVAÇÕES, ATRAVESSOU O DESERTO, PASSOU FOOOOOOOMERECUSOUCOMIDAEQUASEFOICONVENCIIIIIIIDOASERENDER!!
O moço estava pregando. Passando sermão, rezando, o que vocês preferirem. O que me incomodou não foi - simplesmente - o fato da reza estar sendo feita no meio do veículo LOTADO. Mas sim que boa parte dos passageiros não estava gostando do moço que falava alto. A maioria trocava olhares e bufava, revirava os olhos, xingava baixinho, pedia silêncio. Mas ninguém tinha coragem de enfrentar o humilde pastor do povão e fazer uma reclamação!
E o moço lá:
-MOISÉS LIBERTOOOU O POOOVO! PASSOU POR TUDO O QUE ELE PASSOU! E COM AS SEEEEEETE PRAGAS DO EGITO...
Amigo... Eram DEZ as pragas...
-...AS SEEEETE PRAGAS DO EGITO ELE FEZ O SOFRIMEEENTO PARAR!! COMO EU VOU FAZER COM OS SENHORES! ESTÁ TUDO NA BRÍBLA!!!
Essa é a parte que meus ouvidos entram em pane. Bríbla. Ele falou "Bríbla". Não, eu devo ter escutado errado.
-TÁ TUUUDO NA BRÍBLA, MEUS AMIGOS! VOCÊS PRECISAM OUVIR A PALAVRA E ACREDITAR NELA!
Sim, ele falou "Bríbla", eu não estava ficando louca. E foi daí pra baixo, coisas que eu nem tenho coragem de colocar aqui.
Agora vocês imaginem que, quando eu entrei no 669A o moço já estava falando. E assim ele continuou, durante 50 minutos, até o meio da Paulista.
Eu sou mulher, sou do signo de Escorpião, estava de TPM e indo de manhã pro Mackenzie. Óbvio que não era um dia comum, então o que eu fiz definitivamente não foi algo que eu faria em dias comuns.
Eu queria estabelecer contato com o cidadão, mas não sabia como. Eu queria pedir um descanso para os meus tímpanos, mas não podia ser grossaestúpidanojenta. Eu queria perguntar se ELE tinha perguntado pra alguém se podia falar daquele jeito. Eu queria fazer um monte de coisas e eu tinha certeza de que, apesar do monte de passageiros desaprovando a atitude dele, eu levaria uma resposta grossa ou então seria mandada pra uma sessão de descarrego.
A saída foi optar pela pergunta, mas tentando abrandar a voz e fazer um timbre mais tímido. E deu certo!
-Oi... Moço?... Com todo respeito... O senhor perguntou se podia falar assim?... Se as pessoas queriam escutar?...
A voz saiu como eu esperava. E a resposta dele também.
-TOOOOOOOOOOODOS DEVEM OUVIR A PALAVRA! VOCÊ TAMBÉM, MINHA SENHORA! A PALAVRA NÃO CHEGOU ATÉ VOCÊ, MAS ELA VAAAI CHEGAR! O SENHOR HÁ DE TOCAR O SEU CORAÇÃO!!! EU VOU CONTINUAR A FALAR!
Eu até tentei uma réplica, mas não deu tempo nem de respirar.
-Mas, moço... Olha...
-TOOOOODOS OUVIRÃO A PALAVRA! ELA DEVE CHEGAR AOS OUVIDOS DE TODOS!!! É O MEU DEVER! DEUS ME ENVIOU PARA ISSO! EU FUI MANDADO PARA CONVERTER VOCÊS!!!
A essa altura eu já estava roxa de vergonha por tentar uma manifestação pacífica e quase me enfiando no meu capuz - eu estava de casaco. De repente, um moço - o único - se manifesta a favor do nosso querido pastor, mandando um comentário que também havia sido previsto por mim, minutos antes da intervenção.
-Não tá gostando, vai de táxi!!
-NÃOOO, IRMÃOOO!!! - Céus, ele começou de novo. - ELA TEM QUE OUVIR A PALAVRA! ELA VAI SER CONVERTIDA, IRMÃO, ACREDITE EM MIM! A PALAVRA DE DEUS PELA BRÍBLA CHEGARÁ AO CORAÇÃO DESSA IRMÃ...
Já estávamos na Brigadeiro Luís Antônio quando eu resolvi intervir. Qual não foi a minha surpresa quando, depois dessa última resposta, depois do comentário do único ouvinte, ele parou de falar.
Meu Deus, ele parou de falar!
Sim, mas só por uns cinco minutos. - Eu acho que ele estava retomando a salivação. - Depois recomeçou a falar.
E qual saída eu tive? Aumentar a música e tentar abstrair, claro. E foi o que eu fiz! - E foi o que eu fiz até mais da metade da Avenida Paulista, quando ele se despediu de seu fiel seguidor, sentou num banquinho bem longe de onde eu estava - pra sorte dele - e parou de falar.
Abaixei a música e consegui ouvir meus tímpanos reclamando. Duro foi descobrir se era reclamação pelo moço ou pelos decibéis a mais que eu os fiz escutar!
Olha... Se eu contar, ninguém acredita!
Até a próxima!
IMPORTANTE: Gente, sou católica, acredito em coisas de várias religiões, também, e quero deixar bem claro que a minha irritação não foi com o fato de o discurso do moço ser o discurso religioso. Fiquei irritada como ficaria com qualquer um que ficasse falando alto dentro do ônibus por quase uma hora sem interrupções! Acho legal a diversidade de Sampa, mas acredito que, antes da liberdade de expressão existe a consciência. Consciência de que existem lugares, pessoas, culturas, que nem sempre são iguais às opiniões que a gente tem sobre algo. Pensei muito antes de escrever essa história aqui, mas acredito que valha a pena porque o cara era um figurão, sabe? E essa consciência de que o moço é diferente de mim, tem uma cultura diferente da minha faz parte da minha reflexão. Entendo a "missão" dele, mas também acho que um veículo público não é o melhor lugar pra proferir um discurso desse porte.
Tenho dito! ;)
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Eu, a Paulista e o Protesto.

Sabe aquele protesto que parou a Avenida Paulista e a Consolação no dia 30 de março, uma segunda-feira? - Eu estava nele. Não, não, não era uma manifestante, muito pelo contrário. Eu estava dentro do ônibus, tentando chegar no Mackenzie na hora certa.
FOTO: UOL
Eu saí de casa ligeiramente atrasada. Costumo pegar o ônibus 11h20, mais ou menos. Mas nesse dia eu subi no 669A 11h40. Tudo bem, sem problemas, eu demoro uma hora pra chegar. O engraçado foi que parecia que TODO mundo tinha se atrasado e eu encontrei as mesmas pessoas do bus anterior nesse aí que chegou ao ponto 11h40.
Até a Brigadeiro foi lindo! Chegamos rápido, estava sem trânsito. Mas quando viramos na Paulista... Noooooossa, esquece.
E o pessoal todo estava alvoroçado, sabe? Todo mundo querendo saber o que estava acontecendo, mas não tinha como, porque a multidão já estava pra lá do MASP. E até o nosso querido 669A chegar ao MASP, foi chão.
Quando passamos pela frente do vão livre, alguns gatos pingados ainda estavam vestidos de vermelho (han) e segurando bandeiras amarelas. A essa altura do campeonato a gente já imaginava que deveria ter alguém "causando".
Pois é. O tempo continua, a Paulista não. Quando me dei conta, já era 13h e eu nem sequer havia passado aquele monte de Bancos que tem do lado direito da Avenida! Mandei mensagem pra todas as amigas possíveis avisando que eu chegaria tarde porque algum cidadão - com uns milhares atrás dele - resolveu se manifestar na Paulista.
A minha surpresa foi quando uma das meninas me ligou e disse algo como:
- Domi, desce do busão, senão você vai chegar aqui 14h. A Vé veio a pé do Conjunto Nacional e disse que o protesto está na Consolação toda! Quando você acha que vai acabar surgem mais 5 carros de som!
Ha. Claro. Era tudo o que eu queria, afinal. E lógico que ela só me ligou quando eu estava exatamente entre o último ponto da Bela Cintra (desvio obrigatório por conta da obra do Metrô) e a Rua da Consolação. Resultado: esperei o ônibus virar e avaliei a situação da faixa exclusiva.
Como estávamos andando normalmente, resolvi ficar, afinal era só um ponto até a Rua Piauí.
O pessoal que eu encontro no ônibus, de vez em quando, estava já pronto pra saltar no Mackenzie. Foi só abrir a porta pra começarem os comentários e as risadas!
Eu entrei no elevador do prédio às 13h20 junto com mais um bocado de estudantes que ficaram presos no protesto.
Porque afinal de contas, minha gente, esta pessoa de 1,5m que vos escreve foi a causa da crise mundial. Oh, é. Foi, sim.
-E tudo o que eu queria era ter chegado na hora certa... Mesmo com a primeira aula sendo Metodologia.
Olha... Se eu contar, ninguém acredita!
Até a próxima!
sexta-feira, 3 de abril de 2009
Esquisitices II
Pois é, minha gente. As esquisitices não param por aí!
Essa semana foi especial. Nesses últimos dias, olha só o que eu vi, indo pro Mackenzie, passando pela Paulista, mais especificamente pelo prédio da Gazeta, de um lado, e por aquela galeria cheia de restaurantes gostosos, do outro.
Olha... Se eu contar, ninguém acredita!
Até a próxima!
Essa semana foi especial. Nesses últimos dias, olha só o que eu vi, indo pro Mackenzie, passando pela Paulista, mais especificamente pelo prédio da Gazeta, de um lado, e por aquela galeria cheia de restaurantes gostosos, do outro.
- Tinha um cara... Um cara vestindo uma fantasia. Não uma fantasia qualquer, uma fantasia de PASTEL. Um BIG PASTEL, gigante, amarelo, que anda gingando pela calçada, chamando as pessoas pra lanchonete! É maravilhoso, sério. Mas essa semana ele estava DE PÉ em cima de um daqueles lixos de concreto... Segurando um cabo de vassoura e tocando, empolgadíssimo, uma guitarra imaginária! Ele devia estar tocando Led Zeppelin ou uma daquelas músicas do Aerosmith, em que o Tyler se emociona e inclina o corpo pra frente, sabe? Éééééé... Dei muita risada!
- Bem do lado do ponto de ônibus da frente da Cásper Líbero tinha um moço tocando flauta. Ok, você deve estar pensando, até aqui, tudo bem! Mas ele estava tocando MUITO rápido. Ok, nada demais. MAS ELE TOCAVA COM O NARIZ. Sim, ele tocava com o nariz.
(...Eca...) - Ok, falarei de uma coisa um tanto quanto nojenta, agora... Quem quiser ler, só grifar o texto, deixarei em branco, ok? Uma coisa que eu aprendi com o teatro foi que sempre vai ter alguém te olhando. Não importa o lugar em que você se encontra (no palco, no caso), sempre terá alguém que te olhará. E é fato, pessoas, é fato. Essa semana não é a primeira vez que eu vejo alguém "limpando o salão". Já vi, da minha cadeira cativa - leia-se do meu degrauzinho - gente na rua, dentro de carros, dentro do próprio bus... Oh, minha gente, vidros escuros não são opacos! Eu veeejo o que se passa! E ó... Um pedacinho de lenço sempre vai bem! "Fica a dica!"
Olha... Se eu contar, ninguém acredita!
Até a próxima!
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Esquisitices

Desculpem a demora, mas semana de provas é o cão, pra não dizer outra coisa.
Antes de contar as outras histórias, decidi postar notas rápidas sobre cenas esquisitas vistas no 669A. Hahaha!
Essa semana, mesmo:
- Indo pro Mackenzie - tinha uma mulher com uma espiga de milho no ônibus!! Não, espiga não. A palavra é SABUGO. Sabugo porque estava seco e não tinha nenhum grão pendurado nele!! Perguntei se ela queria que eu jogasse fora, mas ela disse que não precisava e desconversou... Vai saber o que ela ia fazer com o sabugo, né?
- Já viu alguém literalmente dormindo em pé? - Pois eu vi. Hahahahaha. O sujeito estava "pescando", apoiado na porta. Eu, no meu lugar de sempre, sentada no degrauzinho, e o indivíduo de pé atrás de mim, mais pro lado. Ele estava com um braço segurando a mochila e outro apoiado na divisória da porta. A cabeça dele pendia no braço e, cada vez que o bus passava por um desnível no asfalto, ele pescava e por pouco não caía no menino sentado ao meu lado!
Cada coisa, viu? E ainda tem história pra contar! Final de semana que me aguarde!
Até a próxima!
[Dica: a foto eu peguei no site Sxc.hu. É um link que tem fotos em alta resolução e de graça! É super bacana: só criar um login e começar a usar! Para ver o site, clique aqui!]
domingo, 29 de março de 2009
A Fulana, a Catraca e o Saco de Arroz.
Ok, vamos contar mais uma! Mais light, dessa vez! E aqui inauguramos a série: pessoas estranhas no ônibus.
Meio de fevereiro, mais ou menos, era um dia qualquer. Estava calor - muito calor - e eu saí de casa no horário normal. Peguei o ônibus no horário normal, lotado, como sempre. Liguei meu MP3, como sempre. E fui em pé até metade do caminho, como sempre.
Até que estava um dia engraçado! Eu gosto de olhar para as pessoas que estão comigo, sentadas ou em pé, ou até mesmo passando na rua.
O último ponto da Santo Amaro, antes de entrarmos na Brigadeiro, é o ponto que tem na frente do Friday's. Normalmente é o lugar em que o bus lota de vez. Ok. Lotou.
"Sabe aquela posição de encaixe? É quando você entra e FICA. Não respira!" Assim definiu uma colega minha de faculdade, numa conversa sobre pegar ônibus em dias críticos, como o de tempestade (logo mais, outra história). Pois é, eu estava assim: numa posição de encaixe. E foi assim até quase último ponto da Brigadeiro Luís Antonio.
Quando estávamos, mais ou menos, perto do ginásio do Ibirapuera, eu vejo uma figura engraçada na rua: uma mulher, cabelo desgrenhado, mais ou menos 1,65m, meio gordinha, usando uma camiseta de campanha política azul marinho e uma calça de moleton velha. Era daquelas que deveria estar vagando na avenida há, pelo menos, umas duas horas. E ela resolveu entrar num ônibus, claro. No meu - ÓBVIO.
Paramos no ponto depois do ginásio e a moça entrou.
[Nota: tentarei reproduzir o discurso da mulher exatamente como ela disse, ok?]
-Oi, dá licença, dá liceeença. - Ela já começou a empurrar as pessoas. Detalhe: não tinha muito espaço vazio, ainda, dentro do 669A, mas ela insistiu e quis porque quis passar e chegar até a cobradora. Já começou causando por aí: entrou e começou a gritar.
- Ô...Ô...Ô... Ôôôôô cobadora??? Deixa eu passá po baixo da crataca?
E que saída tinha a pobre cobradora, a não ser deixar a figura estranha passar por baixo?! Assentiu com a cabeça.
-Oh, oh, minha gente, me dá ua licencinha pra mim podê passá po debaixo da crataca? Oh, moço, o senhô poderia me dá ua licencinha?
Quando eu escuto música indo pro Mackenzie, eu escuto num volume razoável: nem estoura meus tímpanos, mas também não me deixa escutar na íntegra o que acontece ao meu redor - só escuto quando algo soa mais do que a minha música, e era o que acontecia com a mulher.
Enfim, eu já estava ouvindo a Fulana resmungar e, quando olhei que a voz vinha da mulher estranha que estava na rua, eu não aguentei: comecei a rir! Mas pra não dar bandeira, ria baixinho, encolhida, só balançando os ombros. (Hahahahahaha! A lembrança já é engraçada!)
Voltando à conversa com a cobradora e o moço executivo - sim, quem estava na famosa "posição de encaixe" era o executivo, que, se não estivesse com a mochila na frente das pernas, eu jurava que estava tendo (com o perdão do gerúndio) um caso de amor com a catraca.
Bom, ônibus lotado, moço na catraca, cobradora permitiu a passagem da mulher e o excutivo só olhou pra ela e tentou sair de lá.
E eu pensando com meus botões: Como RAIOS a fulana quer passar por debaixo da catraca??? Ela vai ficar presa!
[Nota 2: eu amo gordinhos!! Fato! Mas, com todo respeito, as pessoas precisam de um pouco mais de consciência corporal. Todos os meus amigos gordinhos têm consciência corporal. Aquela mulher não tinha. NENHUMA.]
O pensamento de como a Fulana conseguiria passar só me fazia dar mais risada! E eu já estava quase derramando lágrimas de tanto rir, quando, de repente, ela simplesmente brotou do meu lado, recomeçando o discurso.
-Atenção!! Atenção para mim, um pouquio! Seôres, eu gostaria de lhe pedir pra vocês (e aqui é a parte que eu começo a me contorcer) que me ajudasse! Qualqué um que tivé um dinherío que possa me dar pra mim descê e comprá um pacote de arroooooz, né? Um pacote de feijãooo, né? Qualqué um que fô descê aqui na Bigadeiro, né? Que pudé me ajudá seria boooom, booooom, mesmo! Qualqué coisa, seôres! Ua moedía, um cigaaaarro! Estou passando, seôres, estou passando! Cô liceeeeença. Cô liceeeeença!
E, sim, ela passou o ônibus inteiro tentando recolher trocados pra comprar um pacote de arroz! Eu não consegui ouvir muito mais do discurso, porque ou eu estava rindo - leia-se gargalhando - ora eu estava tentando me concentrar na música do meu MP3 pra não rir mais e a mulher, de repente, encrencar comigo, né?
Não vi quando ela desceu, mas percebi que não era só a minha pessoa que ria da situação: pelo menos mais umas 10 pessoas comentavam a Fulana e guardavam suas bolsinhas de moedas de volta na bolsa.
Olha... Se contar, ninguém acredita!
Até mais!
Dado Curioso: Luís Antonio de Sousa Queirós (1746-1819) foi um militar que atingiu a patente de brigadeiro. Foi também negociante de fazendas do interior de São Paulo, proprietário do primeiro navio que saiu do Porto de Santos, com mercadorias das fazendas, com destino a Lisboa. Além disso, doou mais de um conto de réis à Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e diversas outras quantias para a construção dos edifícios de instituições, como o Quartel da Legião de Voluntários Reais, o Hospital Militar e o Jardim Botânico.
Daí vem o nome da Avenida Brigadeiro Luís Antonio, em homenagem a ele.
Fonte (com o perdão pela simplicidade): Wikipédia
Meio de fevereiro, mais ou menos, era um dia qualquer. Estava calor - muito calor - e eu saí de casa no horário normal. Peguei o ônibus no horário normal, lotado, como sempre. Liguei meu MP3, como sempre. E fui em pé até metade do caminho, como sempre.
Até que estava um dia engraçado! Eu gosto de olhar para as pessoas que estão comigo, sentadas ou em pé, ou até mesmo passando na rua.
O último ponto da Santo Amaro, antes de entrarmos na Brigadeiro, é o ponto que tem na frente do Friday's. Normalmente é o lugar em que o bus lota de vez. Ok. Lotou.
"Sabe aquela posição de encaixe? É quando você entra e FICA. Não respira!" Assim definiu uma colega minha de faculdade, numa conversa sobre pegar ônibus em dias críticos, como o de tempestade (logo mais, outra história). Pois é, eu estava assim: numa posição de encaixe. E foi assim até quase último ponto da Brigadeiro Luís Antonio.
Quando estávamos, mais ou menos, perto do ginásio do Ibirapuera, eu vejo uma figura engraçada na rua: uma mulher, cabelo desgrenhado, mais ou menos 1,65m, meio gordinha, usando uma camiseta de campanha política azul marinho e uma calça de moleton velha. Era daquelas que deveria estar vagando na avenida há, pelo menos, umas duas horas. E ela resolveu entrar num ônibus, claro. No meu - ÓBVIO.
Paramos no ponto depois do ginásio e a moça entrou.
[Nota: tentarei reproduzir o discurso da mulher exatamente como ela disse, ok?]
-Oi, dá licença, dá liceeença. - Ela já começou a empurrar as pessoas. Detalhe: não tinha muito espaço vazio, ainda, dentro do 669A, mas ela insistiu e quis porque quis passar e chegar até a cobradora. Já começou causando por aí: entrou e começou a gritar.
- Ô...Ô...Ô... Ôôôôô cobadora??? Deixa eu passá po baixo da crataca?
E que saída tinha a pobre cobradora, a não ser deixar a figura estranha passar por baixo?! Assentiu com a cabeça.
-Oh, oh, minha gente, me dá ua licencinha pra mim podê passá po debaixo da crataca? Oh, moço, o senhô poderia me dá ua licencinha?
Quando eu escuto música indo pro Mackenzie, eu escuto num volume razoável: nem estoura meus tímpanos, mas também não me deixa escutar na íntegra o que acontece ao meu redor - só escuto quando algo soa mais do que a minha música, e era o que acontecia com a mulher.
Enfim, eu já estava ouvindo a Fulana resmungar e, quando olhei que a voz vinha da mulher estranha que estava na rua, eu não aguentei: comecei a rir! Mas pra não dar bandeira, ria baixinho, encolhida, só balançando os ombros. (Hahahahahaha! A lembrança já é engraçada!)
Voltando à conversa com a cobradora e o moço executivo - sim, quem estava na famosa "posição de encaixe" era o executivo, que, se não estivesse com a mochila na frente das pernas, eu jurava que estava tendo (com o perdão do gerúndio) um caso de amor com a catraca.
Bom, ônibus lotado, moço na catraca, cobradora permitiu a passagem da mulher e o excutivo só olhou pra ela e tentou sair de lá.
E eu pensando com meus botões: Como RAIOS a fulana quer passar por debaixo da catraca??? Ela vai ficar presa!
[Nota 2: eu amo gordinhos!! Fato! Mas, com todo respeito, as pessoas precisam de um pouco mais de consciência corporal. Todos os meus amigos gordinhos têm consciência corporal. Aquela mulher não tinha. NENHUMA.]
O pensamento de como a Fulana conseguiria passar só me fazia dar mais risada! E eu já estava quase derramando lágrimas de tanto rir, quando, de repente, ela simplesmente brotou do meu lado, recomeçando o discurso.
-Atenção!! Atenção para mim, um pouquio! Seôres, eu gostaria de lhe pedir pra vocês (e aqui é a parte que eu começo a me contorcer) que me ajudasse! Qualqué um que tivé um dinherío que possa me dar pra mim descê e comprá um pacote de arroooooz, né? Um pacote de feijãooo, né? Qualqué um que fô descê aqui na Bigadeiro, né? Que pudé me ajudá seria boooom, booooom, mesmo! Qualqué coisa, seôres! Ua moedía, um cigaaaarro! Estou passando, seôres, estou passando! Cô liceeeeença. Cô liceeeeença!
E, sim, ela passou o ônibus inteiro tentando recolher trocados pra comprar um pacote de arroz! Eu não consegui ouvir muito mais do discurso, porque ou eu estava rindo - leia-se gargalhando - ora eu estava tentando me concentrar na música do meu MP3 pra não rir mais e a mulher, de repente, encrencar comigo, né?
Não vi quando ela desceu, mas percebi que não era só a minha pessoa que ria da situação: pelo menos mais umas 10 pessoas comentavam a Fulana e guardavam suas bolsinhas de moedas de volta na bolsa.
Olha... Se contar, ninguém acredita!
Até mais!
Dado Curioso: Luís Antonio de Sousa Queirós (1746-1819) foi um militar que atingiu a patente de brigadeiro. Foi também negociante de fazendas do interior de São Paulo, proprietário do primeiro navio que saiu do Porto de Santos, com mercadorias das fazendas, com destino a Lisboa. Além disso, doou mais de um conto de réis à Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e diversas outras quantias para a construção dos edifícios de instituições, como o Quartel da Legião de Voluntários Reais, o Hospital Militar e o Jardim Botânico.
Daí vem o nome da Avenida Brigadeiro Luís Antonio, em homenagem a ele.
Fonte (com o perdão pela simplicidade): Wikipédia
sexta-feira, 27 de março de 2009
A SAGA - A louca, o cadáver e o funk do cemitério.
Nada melhor do que uma saga pra começar as postagens com o pé direito!
Vamos lá.
Vamos lá.
Era uma segunda-feira, dia 9 de março, e eu estava saindo do Mackenzie, junto com duas outras amigas, um pouco mais cedo que o normal. O professor liberara a sala pouco antes das 17h e isso é motivo pra comemorar!
Comemorar mais ainda quando o farol de pedestres abre no momento em que eu saio do portão e o ônibus que me espera é o 669A - articulado!
-Uoooou, fazia tempo que eu não pegava um desses!! Nem acredito, vou sentada até em casa! Corre!!
Corremos para atravessar a faixa de pedestres e entramos, felizes, passando a catraca e já indo mais para o fundo, para a segunda parte do veículo.
[Pausa para explicação - São 2 pontos até o Cemitério da Consolação, desde o lugar que eu saio: o ponto da frente do portão da faculdade, na Consolação e o ponto da R Piauí, pra depois andar um pouco e chegar ao Cemitério.]
Parando no farol do ponto da Piauí, tudo estava normal, até que uma mulher (LOUCA) resolve saltar de sua pick-up preta e esmurrar o ônibus e gritar com o motorista!
-Vocêêêêêê!!! Você masdkshosdfhss!!!! #$%^&#@!!!! Seeeeeeeeeeeeeeu desgraçaaado!!!
Ela não parava de gritar e socar o ônibus!! E ninguém entendia nada! Os gritos pareciam grunhidos e a única coisa que dava pra entender era que ela estava brigando com o motorista - e esmurrando a lataria do bus.
Ok, o motorista nem se importou. O farol abriu e ele continuou a andar. O pessoal de dentro só especulava o que poderia ter acontecido.
-Gente, o que será que aconteceu? Que mulher louca!
De repente, o ônibus para - fora do ponto. Fica ligado por um tempo, mas depois a gente sente parar a tremedeira do motor - desligou.
Óbvio que, a essa altura do campeonato, o rebuliço estava instaurado dentro do veículo: todo mundo queria saber se a gente teria que sair e andar até o próximo ponto, se tinha quebrado, se tinha acabado a gasolina, enfim. Todos gritavam e conversavam, tentando achar uma solução para a parada repentina. Até que as portas se abrem. Uma das meninas que me acompanhava resolveu colocar a cabeça pra fora, numa tentativa de resolver o mistério, e adivinha o que se ouve?
-Gente! Não acredito!!
Quem respondeu "os gritos da mulher (louca) de novo", acertou!
-Deeeeeeesce daííííííí!!!! Você matou um caaaaaaaaaaaaaaaaaaaaara!!!!!! Matoooooooooou um hoooooooooooooooooooooomem!!!! Não vai ficar assim, nãoooo!!!!!!!
-Gente, a mulher tá dizendo que o motorista matou um cara!
Aí a polêmica já estava circulando e todo mundo comentava.
-Ah, é verdade! Foi no ponto da República, o motorista passou por cima de um velhinho e continuou a andar!
-É sério, eu vi!
-Eu não vi, mas uma moça falou! Foi isso mesmo, ele atropelou um velhinho e continuou, sem parar pra nada!
Gente, sério, que motorista LOUCO! Ninguém sabia se era um velho ou não, mas, primeiro fato: o motorista atropelara alguém e passara direto, sem prestar socorro médico. Segundo fato: a mulher (louca) o seguira desde a República até a metade da Consolação querendo fazer JUSTIÇA(!!!) ao pobre cadáver!
Claro que os passageiros não aguentaram - e nem aguentariam - esperar toda a confusão cessar. Descemos do ônibus e andamos até o ponto do cemitério para aguardar o próximo 669A.
Agora imagine: o ponto já estava lotado de pessoas esperando, não só o Terminal Santo Amaro, mas outros ônibus também. Adicione a essas pessoas TODAS as outras que saíram do veículo dirigido pelo motorista assassino. Resultado: ponto esturricado de gente.
Como jornalista é um bicho curioso, eu e minhas duas amigas começamos a perguntar pra quem estava lá perto, e a ouvir outras conversas, pra ter certeza de que tinha acontecido isso, mesmo. E ao que parecia, era verdade.
Todos os ônibus que chegavam ao ponto estavam lotados. E já devia ser umas 17h40 quando o primeiro 669A passou, depois que deixamos o antigo - que já tinha 2 viaturas de polícia o cercando, além da mulher, que gesticulava, fervorosamente, segurando um bloquinho de anotações. O nosso querido "Santo Amaro" estava especialmente lotado. Não dava pra entrar mais ninguém, e, mesmo, assim, o pessoal persistiu(!!) e resolveu tentar entrar. Demorou. Bastante. E o motorista quase saiu com as portas abertas! A imagem que eu fiz na minha cabeça foi o metrô de Tóquio com aqueles homens de luvas brancas, ajudando o pessoal a ocupar, por completo, os vagões.
-Gente, vamos esperar!Tá impossível entrar nesse aí!
Esperamos mais um tempo, então apareceu um ônibus "Aeroporto", uma alternativa para as minhas amigas.
-Pode ir, não tem problema! Já fiquei até agora, não me importo de esperar mais! hahaha
Elas subiram e, para meu espanto, logo em seguida, apareceu outro Santo Amaro, atrás do Aeroporto.
-Graças!
Lotou, lógico. Fui logo para a escadinha, minha cadeira cativa de todo dia, quando não tem lugar pra sentar. Liguei meu MP3, abri meu livro e comecei a ler.
Tudo estava lindo. Até o trânsito das 18h na Avenida Paulista era compreensível. Era uma história engraçada, se não fosse trágica (pelo velhinho, coitado!).
Último ponto da Paulista, na frente do prédio da Gazeta. Calor insuportável. Ônibus lotado. Farol vermelho: ônibus para. Ok. Farol abre: ônibus não anda...Ok, tá trânsito... Ok, os carros andam, não está trânsito. Farol fecha: (...) . Farol abre: ônibus desliga. AHHHH, NÃO!!
Junto comigo, nesse ônibus, estavam pessoas do outro bus, ainda, aqueeeeeeeeele do motorista doidão e da mulher(louca). O rebuliço começou, again, agregando passageiros que não sabiam da primeira história, e só queriam chegar em casa cedo.
A porta abre. Metade do pessoal desce e vai investigar o que havia acontecido. Eu, como estava com o dinheiro contado (perdi meu bilhete único e não tinha levado dinheiro suficiente pra pegar mais do que 3 conduções - ida, volta e uma emergência.), levantei da escadinha e ocupei o lugar vazio logo do lado da porta, aquele que tem um vidro na frente, sabe?
Ouço o cobrador.
-Gente, uma mulher passou mal e o motorista disse que não sai daqui enquanto o resgate não chegar.
HA. Pego o telefone e aviso em casa que vou atrasar.
-Mas moço, já tem 2 policiais (não duvido nada que eram aqueles dois das viaturas láááááááá atrás, do ônibus com o motorista doidão e a mulher (louca)) e um carro da CET! Não precisa ficar!
-Não, nãoooo! Só saaaaaaaaaaio daqui quando o resgate chegar.
Resultado da brincadeira toda: pelo menos uns 20 minutos esperando a ambulância chegar porque uma moça não estava se sentindo bem. Saí do Mackenzie às 17h e cheguei em casa quase 19h40.
Resultado do estresse: um funk adaptado por uma das amigas, ao ritmo de "Adultério".
No busão lotado a gente zoa
É muito abafado mas é de boa
O meu dia foi duro
O acidente foi sério
O busão parou no cemitério
Olha... Se contar, ninguém acredita!
Até a próxima!
Comemorar mais ainda quando o farol de pedestres abre no momento em que eu saio do portão e o ônibus que me espera é o 669A - articulado!
-Uoooou, fazia tempo que eu não pegava um desses!! Nem acredito, vou sentada até em casa! Corre!!
Corremos para atravessar a faixa de pedestres e entramos, felizes, passando a catraca e já indo mais para o fundo, para a segunda parte do veículo.
[Pausa para explicação - São 2 pontos até o Cemitério da Consolação, desde o lugar que eu saio: o ponto da frente do portão da faculdade, na Consolação e o ponto da R Piauí, pra depois andar um pouco e chegar ao Cemitério.]
Parando no farol do ponto da Piauí, tudo estava normal, até que uma mulher (LOUCA) resolve saltar de sua pick-up preta e esmurrar o ônibus e gritar com o motorista!
-Vocêêêêêê!!! Você masdkshosdfhss!!!! #$%^&#@!!!! Seeeeeeeeeeeeeeu desgraçaaado!!!
Ela não parava de gritar e socar o ônibus!! E ninguém entendia nada! Os gritos pareciam grunhidos e a única coisa que dava pra entender era que ela estava brigando com o motorista - e esmurrando a lataria do bus.
Ok, o motorista nem se importou. O farol abriu e ele continuou a andar. O pessoal de dentro só especulava o que poderia ter acontecido.
-Gente, o que será que aconteceu? Que mulher louca!
De repente, o ônibus para - fora do ponto. Fica ligado por um tempo, mas depois a gente sente parar a tremedeira do motor - desligou.
Óbvio que, a essa altura do campeonato, o rebuliço estava instaurado dentro do veículo: todo mundo queria saber se a gente teria que sair e andar até o próximo ponto, se tinha quebrado, se tinha acabado a gasolina, enfim. Todos gritavam e conversavam, tentando achar uma solução para a parada repentina. Até que as portas se abrem. Uma das meninas que me acompanhava resolveu colocar a cabeça pra fora, numa tentativa de resolver o mistério, e adivinha o que se ouve?
-Gente! Não acredito!!
Quem respondeu "os gritos da mulher (louca) de novo", acertou!
-Deeeeeeesce daííííííí!!!! Você matou um caaaaaaaaaaaaaaaaaaaaara!!!!!! Matoooooooooou um hoooooooooooooooooooooomem!!!! Não vai ficar assim, nãoooo!!!!!!!
-Gente, a mulher tá dizendo que o motorista matou um cara!
Aí a polêmica já estava circulando e todo mundo comentava.
-Ah, é verdade! Foi no ponto da República, o motorista passou por cima de um velhinho e continuou a andar!
-É sério, eu vi!
-Eu não vi, mas uma moça falou! Foi isso mesmo, ele atropelou um velhinho e continuou, sem parar pra nada!
Gente, sério, que motorista LOUCO! Ninguém sabia se era um velho ou não, mas, primeiro fato: o motorista atropelara alguém e passara direto, sem prestar socorro médico. Segundo fato: a mulher (louca) o seguira desde a República até a metade da Consolação querendo fazer JUSTIÇA(!!!) ao pobre cadáver!
Claro que os passageiros não aguentaram - e nem aguentariam - esperar toda a confusão cessar. Descemos do ônibus e andamos até o ponto do cemitério para aguardar o próximo 669A.
Agora imagine: o ponto já estava lotado de pessoas esperando, não só o Terminal Santo Amaro, mas outros ônibus também. Adicione a essas pessoas TODAS as outras que saíram do veículo dirigido pelo motorista assassino. Resultado: ponto esturricado de gente.
Como jornalista é um bicho curioso, eu e minhas duas amigas começamos a perguntar pra quem estava lá perto, e a ouvir outras conversas, pra ter certeza de que tinha acontecido isso, mesmo. E ao que parecia, era verdade.
Todos os ônibus que chegavam ao ponto estavam lotados. E já devia ser umas 17h40 quando o primeiro 669A passou, depois que deixamos o antigo - que já tinha 2 viaturas de polícia o cercando, além da mulher, que gesticulava, fervorosamente, segurando um bloquinho de anotações. O nosso querido "Santo Amaro" estava especialmente lotado. Não dava pra entrar mais ninguém, e, mesmo, assim, o pessoal persistiu(!!) e resolveu tentar entrar. Demorou. Bastante. E o motorista quase saiu com as portas abertas! A imagem que eu fiz na minha cabeça foi o metrô de Tóquio com aqueles homens de luvas brancas, ajudando o pessoal a ocupar, por completo, os vagões.
-Gente, vamos esperar!Tá impossível entrar nesse aí!
Esperamos mais um tempo, então apareceu um ônibus "Aeroporto", uma alternativa para as minhas amigas.
-Pode ir, não tem problema! Já fiquei até agora, não me importo de esperar mais! hahaha
Elas subiram e, para meu espanto, logo em seguida, apareceu outro Santo Amaro, atrás do Aeroporto.
-Graças!
Lotou, lógico. Fui logo para a escadinha, minha cadeira cativa de todo dia, quando não tem lugar pra sentar. Liguei meu MP3, abri meu livro e comecei a ler.
Tudo estava lindo. Até o trânsito das 18h na Avenida Paulista era compreensível. Era uma história engraçada, se não fosse trágica (pelo velhinho, coitado!).
Último ponto da Paulista, na frente do prédio da Gazeta. Calor insuportável. Ônibus lotado. Farol vermelho: ônibus para. Ok. Farol abre: ônibus não anda...Ok, tá trânsito... Ok, os carros andam, não está trânsito. Farol fecha: (...) . Farol abre: ônibus desliga. AHHHH, NÃO!!
Junto comigo, nesse ônibus, estavam pessoas do outro bus, ainda, aqueeeeeeeeele do motorista doidão e da mulher(louca). O rebuliço começou, again, agregando passageiros que não sabiam da primeira história, e só queriam chegar em casa cedo.
A porta abre. Metade do pessoal desce e vai investigar o que havia acontecido. Eu, como estava com o dinheiro contado (perdi meu bilhete único e não tinha levado dinheiro suficiente pra pegar mais do que 3 conduções - ida, volta e uma emergência.), levantei da escadinha e ocupei o lugar vazio logo do lado da porta, aquele que tem um vidro na frente, sabe?
Ouço o cobrador.
-Gente, uma mulher passou mal e o motorista disse que não sai daqui enquanto o resgate não chegar.
HA. Pego o telefone e aviso em casa que vou atrasar.
-Mas moço, já tem 2 policiais (não duvido nada que eram aqueles dois das viaturas láááááááá atrás, do ônibus com o motorista doidão e a mulher (louca)) e um carro da CET! Não precisa ficar!
-Não, nãoooo! Só saaaaaaaaaaio daqui quando o resgate chegar.
Resultado da brincadeira toda: pelo menos uns 20 minutos esperando a ambulância chegar porque uma moça não estava se sentindo bem. Saí do Mackenzie às 17h e cheguei em casa quase 19h40.
Resultado do estresse: um funk adaptado por uma das amigas, ao ritmo de "Adultério".
No busão lotado a gente zoa
É muito abafado mas é de boa
O meu dia foi duro
O acidente foi sério
O busão parou no cemitério
Olha... Se contar, ninguém acredita!
Até a próxima!
quinta-feira, 26 de março de 2009
Façamos as apresentações!
Quem escreve?
Estudante de jornalismo, cidadã paulistana, moradora da zona sul e usuária da rede pública de transporte de São Paulo!
Curiosa e observadora por natureza, enxerida e louca por conta da (futura) profissão.
NA IDA
Tudo começa na Avenida Santo Amaro, antes do Viaduto, na Parada Portugal.
Tudo termina (ou não) na Rua da Consolação, altura do número 900, no portão da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
NA VOLTA
Tudo começa no portão do Mackenzie, na Consolação
E termina (ou não) na Avenida Santo Amaro, na Parada Portugal.
São caminhos simples, diretos. Só um ônibus - o famoso 669A/10 - Terminal Santo Amaro ou Terminal Princesa Isabel.
Horário de saída da Av. Sto. Amaro - por volta de 11h30
Horário de saída do Mackenzie - por volta de 17h40
Qual o caminho todo?(Principais vias.)
Avenida Santo Amaro - Av. Brigadeiro Luis Antonio - Av Paulista - Rua da Consolação.
São histórias reais, acredite! Fatos de quem pega ônibus no horário de pico, lotado, cheio de pessoas de todas as regiões da cidade, passando por estudantes, trabalhadores e executivos; pobres e ricos, todos num ambiente só.
Leiam, comentem, contem as experiências!
Até a próxima!
Domitila.
Estudante de jornalismo, cidadã paulistana, moradora da zona sul e usuária da rede pública de transporte de São Paulo!
Curiosa e observadora por natureza, enxerida e louca por conta da (futura) profissão.
NA IDA
Tudo começa na Avenida Santo Amaro, antes do Viaduto, na Parada Portugal.
Tudo termina (ou não) na Rua da Consolação, altura do número 900, no portão da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
NA VOLTA
Tudo começa no portão do Mackenzie, na Consolação
E termina (ou não) na Avenida Santo Amaro, na Parada Portugal.
São caminhos simples, diretos. Só um ônibus - o famoso 669A/10 - Terminal Santo Amaro ou Terminal Princesa Isabel.
Horário de saída da Av. Sto. Amaro - por volta de 11h30
Horário de saída do Mackenzie - por volta de 17h40
Qual o caminho todo?(Principais vias.)
Avenida Santo Amaro - Av. Brigadeiro Luis Antonio - Av Paulista - Rua da Consolação.
São histórias reais, acredite! Fatos de quem pega ônibus no horário de pico, lotado, cheio de pessoas de todas as regiões da cidade, passando por estudantes, trabalhadores e executivos; pobres e ricos, todos num ambiente só.
Leiam, comentem, contem as experiências!
Até a próxima!
Domitila.
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